sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Traficando conhecimento, de Jéssica Balbino.




Como é bom saber que eu não estou na caminhada sozinha. Andei lendo um pouco sobre o hip hop essa semana e encontrei a jornalista Jéssica Balbino. Ela acaba de lançar o livro Traficando Conhecimento, que faz um estudo sobre a comunicação nas periferias e explica como funcionam os movimentos, as oficinas e o tráfico de informações dentro das comunidades brasileiras.


O livro revela o lado que muitos jornalistas esquecem de escrever ou se falam ou filmam, usam o sensacionalismo para ter audiencia. A obra faz parte da Coleção Tramas Urbanas, pela Aeroplano Editora. Jessica tem bagagem para escrever sobre o assunto, já que ministra palestras e workshops de hip hop, literatura periférica e cultura marginal. E mais. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de jornalismo foi escrito e lançado de forma independente o livro Hip Hop – A Cultura Marginal.

Acessa o blog da jornalista http://www.jessicabalbino.blogspot.com/

PAZ

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Diálogo de Rua entrevista o poeta Sérgio Vaz

O poeta da selva de pedra se define como viralata da literatura, vagabundo nato. É criador e coordenador da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia) que realiza saraus que reúnem centenas de pessoas da periferia de São Paulo em torno da poesia. A primeira entrevista do Diálogo de Rua é com o poeta Sérgio Vaz.



Quando descobriu que gostava de escrever?
Aos 18 ou 19 anos, por aí. Era letrista de um grupo de música.

Possui algum momento do dia mais propício para fazer poesia?
Gosto de escrever pela manhã quando o cérebro ainda não sofreu interferência do cotidiano.

Como surgiu a ideia de criar a Cooperifa?
Lendo uma matéria sobre a Semana de 22, achei que a gente poderia fazer a mesma coisa, uma espécie de "Antropofagia" só que periférica.

Em algum momento, desde que você começou a escrever, alguém já disse que seus pensamentos não são literatura?
Várias vezes, tem muito intelectual que não me suporta, por conta do sarau da Cooperifa e por conta da literatura que se espalhou na periferia de São Paulo. Outro dia, um desses intelectuais iluminados disse que éramos a revolução dos idiotas.

Possui alguma poesia predileta?
 Porém, a vingança e os Miseráveis. São os três preferidos.

Qual a sua dica para quem quer começar a escrever sobre a realidade em forma de literatura?
Estar presente na comunidade, e ler bastante, ler é fundamental para criar o caráter literário.

O twitter é uma rede social em que você posta algumas frases. Por que decidiu usar este recurso?
É mais rápido, e chega a mais pessoas.

Quando as pessoas vão ao sarau pela primeira vez, no seu ponto de vista, como elas encaram este momento?
Depende de onde vem e como vem. Se a pessoas vêm despidas de preconceitos, o sarau da Cooperifa é o melhor lugar do mundo para se frequentar.

Seus pensamentos fazem as pessoas refletirem a respeito de diversos temas. Esse é um dos seus objetivos?
Escrevo coisas que penso em relação à vida, ao mundo. Quando outras pessoas gostam ficam muito contente.


Quem quiser seguir no twitter /poetasergio vaz
blog: http://www.colecionadordepedras.blogspot.com/

"Enquanto eles capitalizam a realidade, nós socializamos nossos sonhos" (sv)



sábado, 25 de setembro de 2010

Falcão de bolso

Depois de muito tempo sem postar e o Programa Manos e Minas ter conseguido ficar na grade da TV Cultura, graças ao apoio de muitas pessoas, de diferentes formas vou dar a dica do livro Falcão - Meninos do Tráfico. Agora quem quiser pode levar para onde quiser, em versão pequena.
Falcão, escrito por Celso Athayde e MV Bill,  é um relato pessoal dos autores sobre os  bastidores da produção de um documentário sobre a vida dos garotos que trabalham no mundo do tráfico, em diferentes cantos do Brasil.

Parte do documentário quando os meninos estão endolando a droga

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Fim do Manos e Minas

É galera. As portas da TV Cultura se fecharam para nós. É com muita, mas muita tristeza que faço este post. O programa Manos e Minas acabou. Ontem, quinta-feira (5) no jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad afirmou: “O Vitrine deverá ser suspenso para reformulação. O Manos e Minas sai da grade, assim como o Login. Em compensação, haverá um jornal com debates todo dia. Teremos sessões de cinema em acordo com a Mostra de Cinema de São Paulo”. Fizemos barulho pelo twitter com a tag #salveomanoseminas, levando para o Trending Topics brasileiro, mas até agora, nada adiantou. Mandei mensagem para o central de relacionamento da TV Cultura e eles me responderam o seguinte:

"Prezada Samanta, A TV Cultura renovará sua grade de programação, razão pela qual esta e outras produções serão interrompidas. Outros programas serão desenvolvidos para atender, com a qualidade desejada, ao variado público da emissora. Cumpre acrescentar que a equipe envolvida na citada produção deverá ser realocada para as novas produções. Atenciosamente."


Segue abaixo o comunicado oficial que a TV Cultura fez explicando os cortes:


“Em face às recentes notícias publicadas sobre a TV Cultura, informamos que:
Esta é a proposta de renovação que a Administração levará ao Conselho da Fundação Padre Anchieta: a revitalização dos programas admirados, a modernização dos processos administrativos, bem como dos equipamentos, e contando com os talentos que a emissora possui e com a contratação de novos apresentadores e jornalistas. A TV Cultura é patrimônio querido dos paulistas e brasileiros, com um acervo de ótimos programas e vários artistas e jornalistas de sucesso que começaram aqui, mas que precisa se renovar. Perdeu audiência, qualidade e se tornou cara e ineficiente”.

Triste, esta é a única palavra que eu consigo descrever meu sentimento em relação a tudo isso. O programa é um dos poucos, na televisão aberta, que retrata a cultura marginal, nosso maravilhoso hip hop. Mas não devemos deixar tudo como está! Continuem fazendo manifestações, de todos os tipos! Shows, rádios, jornais, blogs, todas as redes sociais. Chame seus amigos e explique a indignação de todos os seguidores do movimento. Não podemos deixar que tirem o pouco espaço que conseguimos. Se você tem twitter: #salveomanoseminas ou se tem blog faça um post sobre o fim do Manos e Minas.

Paz.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tupac mais uma vez reconhecido

Vou abrir exceção de posts nacionais para dar uma notícia positiva. Tupac foi reconhecido pela  Biblioteca do Congresso dos EUA, com a música Dear Mama, de 1995. A canção se refere às mães de comunidades pobres que lutam diariamente para manter suas famílias em meio à dependência de drogas, falta de alimentos e indiferença social. Os critérios de preservação das músicas escolhidas para a Biblioteca são os trabalhos considerados culturalmente, historicamente e esteticamente importantes e que tenham, pelo menos, dez anos de criação. A escolha do rapper foi dada pelo público e pelos membros do Conselho Nacional de Preservação de Gravações. Até agora são 300 gravações no arquivo entre 1913 a 1995. Acredito que isso ainda falta no Brasil. O reconhecimento de que o rap conta histórias de pessoas e de comunidades. Se Garota de Ipanema é reconhecida mundo afora, porque Diário de um Detento, do Racionais, não poderia?

sábado, 12 de junho de 2010

Show de Mc´s

Sábado à noite, uma hora da manhã. O baile estava lotado e o público animado para receber mais de dez mc´s para a gravação do DVD. As primeiras gravações deste mini-clipe foram feitas em cima do palco, um pouco antes do segurança expulsar meu amigo Rafael e eu. O grau do baile foi quando os Mc´s Danilo e Fabinho entraram para cantar. Sai correndo para gravá-los. Fiquei com o braço esticado uns oito minutos, mas infelizmente, o som estourou das gravações, por ser um ambiente fechado. Quando você assistir o vídeo vai se perguntar, mas, se eram mais de dez mc´s, por que ela não gravou todos? Fiquei no baile até às cinco da manhã, porque tinha que ir trabalhar. E não consegui gravar todos
E se preparam, mais vídeos virão, ao decorrer do blog.

   

HIPCast

Primeiro Podcast do blog. Procurei falar de alguns clássicos do hip hop brasileiro. Escuta aí!

Paz.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A voz de milhares

Uma curtinha. Mv Bill fez o comercial da Nextel, contando um pouco sobre sua vida. Acha pouco? Não, não é. O cara está revolucionando tudo, acredite. Antes o rap não passava por fora das comunidades, hoje, já apareceu até na formadora de opinião, TV Globo, e, agora no comercial de um produto tecnológico que ajuda na comunicação rápida entre pessoas.
Por isso, MV Bill é um dos meus ídolos, tando na música quanto no que ele anda fazendo por aí para acabar com a imagem da favela e levar a realidade para as pessoas que desconhecem a pobreza do país.


Obrigada Mv Bill, mais um sobrevivente.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Hip Hop Nacional x Internacional

Image by © Royalty-Free/Corbis


Ontem, sentada na sala de casa com uns amigos assistindo clipes de hip hop internacional, me deparei com dois problemas intrigantes. Começamos a conversar sobre o que é hip hop nacional e internacional. As letras americanas, como a música Baby by Me, do 50 CENT, que retrata o momento do sexo, podem ser comparadas com o funk carioca, porque meia hora assistindo percebi que a exaltação do corpo da mulher e do cara pegador são o enfoque dos músicos.

No Brasil, as músicas retratam a realidade de um povo sofrido e maltratado pela diferença social e falta de oportunidade. Exemplo é o grupo de rap Facção Central, com a música Eu não pedi para nascer, representando a vida de um menino que trabalha no semáfaro para dar dinheiro à mãe. Como um título (hip hop) pode ser dado para assuntos diferentes? Depois de refletir, pensei na rincha entre funk carioca e o daqui, da Baixada Santista. O mesmo problema. A música caiçara remete a problemas vividos nas comunidades, mas com batidas mais dançantes, iguais ao do funk do Rio de Janeiro. Acredito que a música carioca deveria ser remontada e repensada, principalmente para as pessoas que frequentam os bailes. Dou ênfase para as mulheres. Tudo bem, todas querem ser chamadas de bonitas e tal, mas as letras machistas e sem objetivo bestializam mais e mais a sociedade.

O outro problema é que na maioria das vezes, as pessoas que escutam o hip hop internacional não sabem a letra, não entendem o inglês. Um colega na sala disse: - Eu não entendo nada, mas a batida é legal. Curto do mesmo jeito. Se eles estiverem me chingando, nem vou perceber. E riu. Me lembro, quando era mais nova de adorar uma música e quando li a tradução fiquei chocada. De alguma forma, ainda não sei qual, devemos colocar na cabeça de algumas pessoas que o hip hop é mais que uma simples batida. É contestação, emoção e vida!

Homenagem à Dina Di. Descanse em paz.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Invadindo a cena



Cultura Hip Hop invadindo Santos. A partir do dia 6 de abril, no Sesc, ocorrerão várias apresentações musicais, exposição, bate-papo, dança e basquete. Todas as atividades são abertas ao público. A exposição Entre a Rua e o Muro: Cenas de Calçada, revela a poética do espaço da cidade, marcada por contradições na realidade social, apresentada através dos trabalhos de artistas de Santos e de São Paulo. A mostra abre o festival e ficará à disposição dos visitantes até o último dia do evento (2 de maio).

Em grande estilo, as atividades têm a colaboração do grupo O.P.N.I, galera talentosa no grafite. O rapper Athaíde se apresentará no dia 8 de abril. O MC foi apresentador do primeiro programa destinado ao rap na TV brasileira, na MTV, o  Yo! MTV Raps.

 A programação completa pode ser vista pelo site do Sesc Santos.