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Ontem, sentada na sala de casa com uns amigos assistindo clipes de hip hop internacional, me deparei com dois problemas intrigantes. Começamos a conversar sobre o que é hip hop nacional e internacional. As letras americanas, como a música Baby by Me, do 50 CENT, que retrata o momento do sexo, podem ser comparadas com o funk carioca, porque meia hora assistindo percebi que a exaltação do corpo da mulher e do cara pegador são o enfoque dos músicos.
No Brasil, as músicas retratam a realidade de um povo sofrido e maltratado pela diferença social e falta de oportunidade. Exemplo é o grupo de rap Facção Central, com a música Eu não pedi para nascer, representando a vida de um menino que trabalha no semáfaro para dar dinheiro à mãe. Como um título (hip hop) pode ser dado para assuntos diferentes? Depois de refletir, pensei na rincha entre funk carioca e o daqui, da Baixada Santista. O mesmo problema. A música caiçara remete a problemas vividos nas comunidades, mas com batidas mais dançantes, iguais ao do funk do Rio de Janeiro. Acredito que a música carioca deveria ser remontada e repensada, principalmente para as pessoas que frequentam os bailes. Dou ênfase para as mulheres. Tudo bem, todas querem ser chamadas de bonitas e tal, mas as letras machistas e sem objetivo bestializam mais e mais a sociedade.
O outro problema é que na maioria das vezes, as pessoas que escutam o hip hop internacional não sabem a letra, não entendem o inglês. Um colega na sala disse: - Eu não entendo nada, mas a batida é legal. Curto do mesmo jeito. Se eles estiverem me chingando, nem vou perceber. E riu. Me lembro, quando era mais nova de adorar uma música e quando li a tradução fiquei chocada. De alguma forma, ainda não sei qual, devemos colocar na cabeça de algumas pessoas que o hip hop é mais que uma simples batida. É contestação, emoção e vida!
Homenagem à Dina Di. Descanse em paz.
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